Você já parou pra imaginar o porquê é tão difícil começar a poupar e investir?
Existe uma grande resistência do ser humano em sair da sua zona de conforto, alguns dizem que isso é uma característica genética que herdamos de nossos ancestrais que viviam milhares de anos atrás em uma realidade muito mais primitiva do que a que vivemos hoje, onde a toda e qualquer energia tinha de ser conservada por que poderia ser a diferença entre viver ou morrer.
Por isso seria tão difícil para o cérebro aceitar o novo e preferir sempre o que é conhecido e confortável.
Talvez seja por isso que a maioria dos brasileiros não passam da poupança quando o assunto é investir e em sua maioria gastam todo o seu rendimento mensal seja ele qual for, sem poupar para o longo prazo, uma aposentadoria por exemplo.
E olha que a poupança tem apresentado resultados tão ruins que não sei se pode ser chamada de investimento atualmente.
A verdade é que o mercado financeiro nunca esteve tão acessível ao investidor iniciante quanto está hoje, qualquer um pode investir de qualquer lugar que estiver com o seu smartphone conectado.
Todo essa acessibilidade se iniciou graças a grande popularização da internet logo após a virada do milênio, a grande rede de computadores criou um grande acesso à informação abundante e principalmente gratuita, não demorou para os curiosos sobre o mercado financeiro se informarem melhor e isso criou uma grande demanda de investidores iniciantes que queriam entrar no mercado mas não sabiam exatamente como.
Toda essa demanda chamou a atenção das corretoras que iniciaram uma corrida para atender a esta demanda, várias fintechs e corretoras digitais foram criadas no processo e a competitividade entre estas corretoras criaram um ambiente em que as empresas tiveram que se virar para oferecerem boas vantagens ao consumidor e dessa forma se destacarem entre todas as outras.
O maior beneficiado diante de toda esta concorrência foi o consumidor que pôde aproveitar várias vantagens e facilidades para entrar no mercado financeiro.
Infelizmente ainda existem também aquelas pessoas que acham que o mercado financeiro é somente para profissionais da área ou pessoas que dispõem de muito dinheiro para investir, isso cria uma ideia de que o mercado é apenas para a parcela mais rica da sociedade.
O fato é que não existem desculpas para não começar a investir atualmente, o mercado mudou muito e está focado em servir todos os tipos e níveis de investidores.
O processo para começar a investir é simples, mas exige muito cuidado, consistência e preparação, para que você possa começar a investir de forma inteligente e não cair em ciladas do mercado.
Por isso, separamos aqui para você um guia completo com tudo o que você precisa para começar a investir agora de forma segura e simples. E ainda responderemos as principais dúvidas de investidores sobre o mercado financeiro para que você entre mais preparado do que nunca, vamos lá?
Para começar, vamos começar pela base de tudo, para que possamos ter uma visão mais ampla do que é todo o processo de investimento. Para começar, você sabe o que é exatamente o ato de investir?
O que é investir?
Eu sei, parece uma pergunta muito óbvia para se fazer, mas o problema é que a maioria dos iniciantes neste mercado começam sem entender o real significado de investir.
E você, sabe o que é investir?
Se você pensou “ah, investir é fazer uma troca entre dinheiro em um ativo e depois em mais dinheiro”, temos um grande problema aqui. Por que pensando desta forma você acaba confundindo o ato de investir com a especulação, e não é assim que a coisa funciona.
A ato de investir está relacionado a operar com o objetivo de preservar o seu patrimônio visando o seu crescimento, tudo isso mais voltado para o longo prazo. Está na escolha dos ativos para aplicação, de forma inteligente visando o crescimento de forma mais eficiente.
Importante também ressaltar a diferença entre investir e poupar, cada coisa é bem diferente da outra. Para que alguém possa afirmar que está investindo não é o bastante apenas separar uma quantia que é parte da sua renda para colocar na poupança, é o tipo de conceito que é considerado um investimento mas não é eficiente, pois o investidor não está analisando as opções disponíveis mais rentáveis.
Vale lembrar que a poupança não é um investimento eficiente e em alguns casos pode até ser prejudicial para o investidor.
O ponto principal aqui é se lembrar que investir é mais do que apenas aplicar o seu dinheiro em determinado ativo, é todo o processo começando pelos seus objetivos e logo depois pelo seu plano.
Conceitos Básicos
Parte importante do processo de aprendizado quando o assunto é investir, são os conceitos básicos deste mercado. Alguns são mais técnicos e outros não, o mercado algumas vezes soa como se tivesse uma lígnua própria. É necessário que o investidor saiba o significado de cada um para que assim possa tomar decisões mais eficientes e assertivas quando estiver operando, são eles:
Riscos
Este é um conceito do mercado que não difere muito do conceito real em geral que conhecemos. O risco representa as chances de que uma coisa não saia conforme o esperado por quem observa ou controla a situação.
Geralmente no mercado, significa a possibilidade de uma operação tenha um impacto negativo que altere os resultados das aplicações.
Liquidez
O conceito de liquidez no mercado se refere ao nível de facilidade ou de dificuldade do resgate ou transferência de um ativo.
Os ativos que apresentam baixa liquidez são os ativos negociados por um número menor de investidores e por um espaço de tempo maior que a média. Isso faz com que elas se tornem menos atrativas para o investimento.
Exemplo: Alguns ativos de Renda Fixa, pois tem foco maior no longo prazo o que faz com que o volume de negociações em curto espaço de tempo sejam mais escassos.
Os ativos que apresentam alta liquidez são os ativos que tem um volume grande de negociações e menor espaço de tempo. São mais atrativas para investimento.
Exemplo: Ações da Bolsa de Valores que oscilam muito em um curto espaço de tempo o que leva a serem negociadas várias vezes durante o dia.
Retorno
O retorno nada mais é do que o valor que um investidor recebe após uma aplicação no mercado financeiro.
Quando é representado por um percentual pode ser identificado como RENTABILIDADE.
São dois conceitos irmãos no mercado que tem o mesmo significado separados apenas pelo fator do valor.
Diversificação
Você provavelmente já ouviu o ditado que diz: “Nunca coloque todos os ovos em uma cesta só”
É um ditado muito usado no meio do mercado financeiro e serve para ilustrar a importância da diversificação.
Mas, o que é exatamente a diversificação?
É uma estratégia de investimento que é muito popular entre os maiores investidores do mundo, consiste em dividir os seus recursos em diferentes ativos.
A estratégia tem como principal objetivo diminuir os riscos e até potencializar alguns ganhos, isso acontece por que o investidor que tem uma carteira de ativos observará que os ativos de tipos diferentes também oscilam de forma diferente.
Isso ocorre pois alguns acontecimentos e variáveis do mercado podem prejudicar alguns ativos, mas favorecer outros e são estes movimentos que podem manter a saúde da sua carteira.
Enquanto no caso de uma carteira em que o investidor colocou todo o seu investimento em um ativo apenas, pode cair de uma vez só fazendo com que aquele investidor perca todo o seu patrimônio.
A diversificação é levada como um mantra para a grande maioria dos investidores iniciantes e a sua importância é bem reconhecida.
Resgate
O resgate é um conceito básico no mercado financeiro, é a retirada dos rendimentos obtidos de uma aplicação.
O resgate é uma parte do processo tão importante quanto os outros, pois nele o investidor terá os números exatos de rentabilidade do seu investimento e assim pode se podar sobre como o mercado agiu e como ele agiu diante do mercado.
É uma parte importante do processo de aprendizado do investidor perante o mercado financeiro, diante da análise dos resultados e do caminho até ele, o investidor pode chegar a insights que vão fazer com que ele melhore os seus resultados em aplicações futuras.
Curto, Médio e Longo prazo
Estes termos são usados para definir ativos de acordo com a sua probabilidade de rendimentos medidos de acordo com o tempo de investimento.
São divididos em três, para classificar ativos e instruir o investidor na montagem da sua estratégia.
- Curto prazo
São classificados como investimentos de curto prazo, o investimento que são marcados por sua simplicidade e agilidade. Em geral, investimentos que tem maiores chances de ter bons rendimentos em um período de até 1 ano.
Investimentos enquadrados no curto prazo normalmente são os que tem uma boa média entre rentabilidade e liquidez.
Exemplos de investimentos a curto prazo:
- Tesouro SELIC
- CDB
- LCI
- Médio prazo
No médio prazo, como você pode imaginar, ele seria uma espécie de meio termo entre os dois extremos. Neste caso encontramos investimentos que apresentam maiores probabilidades de rentabilidade em um período de 2 a 5 anos.
Aqui o investidor é possui a autonomia para diversificar a sua carteira com ativos que podem ser de longo e curto prazo e aproveitar as vantagens de cada um.
Exemplos de investimentos a médio prazo:
- LCI
- LCA
- Fundos Multimercados
- Longo prazo
Já no caso do longo prazo, se enquadram investimentos que possuem maiores chances de obter uma rentabilidade mais alta em um prazo de mais de 5 anos. Normalmente são aplicações que tem como base de rentabilidade os juros compostos, ou seja, uma porcentagem é sempre adicionada ao capital ao final de um ciclo, o que causa um efeito de “bola de neve”.
Para ativos com rendimentos baseados em juros compostos, quanto mais tempo aplicados mais rentabilidade o investidor ganha.
Exemplos de investimentos a longo prazo:
- Tesouro Direto
- Fundos de Investimento
- Previdência privada
Saia das dívidas
Este é outro ponto muito importante que temos que passar antes de começarmos a investir de fato. Se você quer entrar no mercado financeiro, quer começar a investir em ativos sejam eles quais forem, mas você ainda tem algumas dívidas, eu recomendo fortemente que você pague a dívida antes de começar a investir no mercado financeiro.
Mas, eu não posso começar a investir mesmo com dívidas?
Tecnicamente é possível e varia muito de situação para situação. Em geral não vale a pena e eu vou te explicar o porquê.
Para um investidor iniciante que quer entrar no mercado financeiro, escolher um ativo mais seguro é uma parte importante do processo de amadurecimento. Não existem ativos, mesmo os de boa rentabilidade e altos riscos, que tenham uma porcentagem de rentabilidade maior do que a maioria dos juros praticados pelas financeiras para as dívidas.
Em casos raros, em que os juros que compõem a sua dívida são menores do que a porcentagem de rentabilidade do ativo em que você está investindo, nestes casos seria tecnicamente viável, mas não aconselhável.
É melhor esperar um pouco mais, pagar todas as dívidas para só depois entrar de cabeça no mercado financeiro, mas desta vez com a cabeça focada apenas em seu processo de operações.
Além disso, as dívidas podem pôr a perder todo o seu plano de investimentos, pois muitas das suas escolhas tem uma grande probabilidade de serem influenciadas pelo peso da dívida que você carrega. Dessa forma você pode perder não só o seu tempo como também o seu investimento e ainda estará com a dívida que só aumenta todos os dias.
É o primeiro passo antes do primeiro passo, dessa forma todo o peso caminho até bons rendimentos no mercado ficará mais fácil de carregar se você não estiver com estas atenuantes na cabeça.
Reserva de Emergência
Nem preciso dizer o quanto a reserva de emergência é importante.
Mas vou exemplificar com algumas situações, todos sabemos o quanto a nossa vida pode ser muito imprevisível.
Você pode estar no trânsito e acabar sendo vítima de um acidente leve, onde você terá de arcar com todo o prejuízo do seu carro, um eletrodoméstico pode queimar em casa e deixar a família em uma situação chata, alguém da sua família pode precisar de um tratamento médico ou você pode ser demitido do seu emprego.
O fato é que os imprevistos acontecem para todos, sem discriminação de gênero, idade e/ou raça. É importante se preparar para esses tipos de situações, nos investimentos são da mesma forma.
Ficar com um olho no presente com a sua carteira de ativos e outro voltado para o futuro com uma reserva de emergência, que de preferência também esteja investida em um ativo.
O objetivo aqui é poder dispor deste dinheiro caso um destes imprevistos aconteçam e você precise de tempo para fazer com que tudo volte à normalidade em sua vida.
Qual o tamanho ideal de uma reserva de emergência?
Estudo apontam que para que um investidor tenha uma boa margem de segurança com a sua reserva de emergência ela deve ter o valor de 6 meses de seus custos fixos.
Ou seja, se você tem, por exemplo, custos fixos que giram em torno de R$1.500 reais, a sua reserva de emergência deve contemplar este valor multiplicado por 6, que neste caso seriam R$9.000 reais.
E de preferência, este dinheiro esteja aplicado em algum ativo com maior liquidez, ou seja, oferece a possibilidade de resgate no curto prazo. Dessa forma, em meio a uma emergência você não terá problemas no tempo de resgate.
Existem alguns ativos que são indicados para este tipo de situação, são ativos que apresentam liquidez, segurança, rentabilidade e acessibilidade. Eles se enquadram em Renda fixa, são eles:
- Tesouro SELIC
- Fundos DI
- CDB
Cada uma possui algumas variações que não influenciam muito no objetivo principal aqui, são opções ideais para colocar o seu dinheiro para render e resgatar quando precisar resgatar com segurança e agilidade.
Tipos de Investimento
Existem vários ativos que são oferecidos no mercado financeiro, cada um apresenta características específicas que promovem diferentes tipos de investidores e objetivos. Mas em geral, eles são classificados e apenas dois tipos de investimento, são eles:
- Renda Fixa
Os investimentos que se encaixam na categoria de renda fixa são, em geral, os investimentos em que o cálculo da rentabilidade é decidido assim que o investidor faz a aplicação. Em resumo, são geralmente comparados a empréstimos, o investidor empresta sua aplicação para o emissor que devolve o valor corrigido com juros, que é a sua rentabilidade.
É um tipo de investimento que é altamente recomendado para investidores iniciantes por possuir um nível maior de segurança e bons rendimentos.
Exemplos de ativos de Renda Fixa:
- Tesouro Direto
- CDB
- Fundos de Investimento
- LCI
- Renda Variável
Já no caso da Renda Variável, se encaixam nesta categoria os investimentos em que o retorno é imprevisível no momento em que o investidor faz a aplicação. Não é possível para o investidor saber qual será o seu rendimento após a compra do ativo, na verdade, o investidor não sabe nem se ele poderá retirar alguma rentabilidade daquele ativo, ou seja, os riscos são bem maiores.
Por outro lado, são ativos que tem maiores chances de apresentar uma rentabilidade bem acima dos ativos de renda fixa.
Os ativos de Renda variável são indicados para os investidores que são mais experientes no mercado e conseguem lidar com os riscos que ele apresenta.
Exemplos de ativos de Renda variável:
- Ações
- IPO
- Mercado de Opções
- ETF
Agora que já entendemos como funcionam todo o mundo em volta do mercado financeiro, os termos e conceitos além das primeiras dicas podemos partir para o passo a passo prático. A partir de agora, se ainda não tinha pego, pegue caneta e papel para anotar cada um dos passos e não esquecer. Vamos lá.
Como começar a investir em 7 passos
1. Monte o seu planejamento
O planejamento aqui é a base para todo o processo de investimento no mercado financeiro, ele vai influenciar as suas decisões nos próximos passos então, fique atento no momento de criar o seu.
Para criar um bom planejamento antes de começar a investir, é preciso que você aborde dois pontos cruciais:
- Objetivos
Os objetivos são tudo, eu disse tudo, que você quer alcançar através dos seus investimentos. Eles podem ser qualquer coisa que você desejar, seja ele material, social, intelectual e etc. O importante aqui é que você seja sincero consigo mesmo e coloque tudo na ponta do lápis.
Definir os seus objetivos é o primeiro passo, ele te dá um norte e a partir daí poderemos definir para onde temos que ir para alcançá-los.
- Plano de Investimento
O plano de investimento é outro ponto vital em seu planejamento, a sua função é mostrar qual ações você irá tomar para chegar até os seus objetivos.
No plano você vai detalhar todo o caminho até o objetivo, o que vai fazer, o que vai usar, em quanto tempo fará e etc. Ao definir os valores, datas limite e margens de erro você poderá medir todo o seu processo de forma eficaz, terá maior controle sobre tudo.
O plano pode ser encarado como uma forma de trazer todos os seus objetivos para a sua realidade, já que na maioria das vezes os objetivos se parecem mais com sonhos distantes. Eles passam a ser tangíveis e alcançáveis, além de aguçar a sua visão de longo prazo e te manter motivado.
Com o seu planejamento feito e revisado, você já terá base suficiente para passar para os próximos passos. As suas decisões daqui pra frente vão definir os seus resultados, então o planejamento tem de ser feito com muito cuidado para que outros erros não sejam cometidos no decorrer do processo.
2. Defina o seu perfil de investidor
No segundo passo, é importante que você defina qual o seu perfil de investidor. Ele influenciará em várias decisões que você vai tomar daqui pra frente e é muito importante defini-lo de forma eficiente.
Afinal, o que é o perfil de investidor?
O perfil de investidor é um teste que tem como objetivo avaliar o investidor com base em suas preferências com relação ao mercado financeiro. São pergunta que podem parecer aparentemente simples, mas capazes de definir em qual dos perfis o investidor testado se encaixa melhor.
O teste avalia três características base do mercado para avaliar o perfil do investidor:
- Segurança
- Liquidez
- Rentabilidade
Estas três características estão sempre presentes nos ativos do mercado financeiro. A grande proposta aqui é que não existe nenhum ativo em todo o mercado que apresenta as três características em abundância e por isso, sempre que vai fazer uma aplicação o investidor tem que fazer uma escolha:
Abrir mão de um para priorizar outros.
O teste avalia exatamente para quais características você tende a priorizar em um processo de escolha e o quanto você prioriza.
São 3 perfis de investidor, cada um com a sua característica própria:
- Conservador
O perfil de investidor conservador é o tipo de investidor que tem maior prioridade pela segurança de um ativo acima das outras características, este tipo de investidor não se importa em investir em ativo de rentabilidade mais baixa que tenham um nível de segurança no investimento maior.
Para este perfil de investidor, são indicados ativos de renda fixa e tesouro direto.
- Moderado
O perfil de investidor moderado caracteriza o investidor que busca um pouco dos dois extremos. Em geral, é um investidor com o perfil para se preocupar com a segurança, mas, em alguns casos para obter maior rentabilidade, ele abre mão da segurança em seus investimentos.
- Arrojado
Como você pode imaginar, o perfil de investidor arrojado é totalmente o contrário do conservador. Ele está sempre procurando por ativos que oferecem rentabilidade alta e não se importa muito com a segurança da aplicação. É caracterizado por assumir maiores riscos em aplicações que são mais rentáveis e em geral são investidores com experiência e que já aprenderam a lidar com os riscos que o mercado apresenta.
Com o seu perfil de investidor definido já temos mais munição para entender melhor os próximos passos e completar todo o processo de forma mais assertiva.
3. Escolha os ativos para a sua carteira
Com os seus objetivos, planejamento e perfil de investidor em mente é hora de começar a agir em direção ao seu primeiro investimento.
É com base em todas essas características e planos que você fez baseado em si mesmo que você terá munição suficiente para começar a escolher os ativos que irão compor a sua carteira.
Isso por que o mercado financeiro oferece uma gama enorme de ativos, dos mais variados tipos e características. Cada um tem seu ponto forte e ponto fraco e dependendo das suas preferências você pode classifica-los de acordo com o que achar melhor.
Preste atenção no seu perfil e nos ativos que são indicados para ele, mas sem se esquecer dos seus objetivos e do seu plano, além de claro, o seu capital a ser investido. Tudo deve ser pesado na balança antes que você tome as decisões finais.
Não economize nas pesquisas sobre os ativos os quais você se interessou para entender todas as perspectivas e características de cada um. A chave aqui pode ser buscar a opinião de especialistas pois eles podem te mostrar pontos de vista os quais você ainda não tem experiência o suficiente para enxergar.
A grande dica aqui, conforme já citamos neste artigo, é a importância da diversificação da carteira. Dessa forma você pode ter uma boa taxa de rendimento e manter a segurança da sua carteira diminuindo os riscos.
4. Escolha uma corretora
Pode parecer um passo muito óbvio para colocarmos aqui, eu sei, mas é importante ressaltar a importância da escolha de uma corretora que possa te atender de acordo com o seu perfil, planos e objetivos.
Isso sem falar que boa parte dos brasileiros ainda investem através dos seus Bancos, o que é uma opção, mas não é a melhor opção. Os Bancos cobram as taxas mais caras de todo o mercado financeiro.
É importante para o investidor iniciante que ele diminua os seus custos sempre que puder, a melhor opção é escolher uma corretora para investir. As corretoras oferecem várias vantagens ao consumidor, vantagens essas que os bancos provavelmente nunca oferecerão.
Os principais destaques de vantagens oferecidas por corretoras são as taxas mais baixas e em alguns casos taxas de corretagem gratuitas, isso mesmo que você leu, GRATUITAS. Algumas corretoras oferecem esta vantagem para investimentos principalmente em Renda fixa, é o tipo de coisa que você deve levar em conta para começar.
Isso sem falar no apoio que as principais corretoras de valores dão ao seu usuário através de assessorias e especialistas, algumas disponibilizam plataformas inteiras de educação para que o usuário possa se profissionalizar no mercado.
O processo de cadastro na maioria das corretoras é facilitado e você não vai gastar mais do que 15 minutos para finalizá-lo.
Então, recapitulando, escolha a corretora de acordo com as suas principais preferências. Existem várias opções de corretoras no mercado e cada uma oferece vantagens e desvantagens distintas que podem definir qual a melhor opção para você, é um processo que pede paciência, mas a longo prazo vai valer a pena.
Se você quer saber quais são as melhores corretoras do mercado e quais as outras vantagens que eu citei, criamos um artigo em que classificamos as melhores corretoras do mercado para começar a investir, o artigo é atualizado (2023) clique AQUI para conferir.
5. Aplique baseado em seu plano
Com o seu cadastro na corretora de valores de sua escolha feito, plano de investimento completo e ativos escolhidos é hora de organizar os investimentos.
Aqui é um ponto crucial para definir os seus investimentos de acordo com os prazos escolhidos no seu plano de investimento, avalie quais são as melhores opções e quais os valores para cada ativo.
Coloque tudo na ponta do lápis, para você tenha sempre registrado a data de resgate e projeção de rendimento (em caso de renda fixa), dessa forma você manterá um maior controle sobre o processo.
Muito provavelmente você terá que fazer algumas modificações em seu plano, mas, fique tranquilo, as alterações também podem ser bem vindas para facilitar o processo. Afinal, não se pode prever todo o processo de forma completa sem alguns ajustes pelo caminho.
Defina o valor a ser investido todo mês e tenha a consciência de sempre investir primeiro, antes de tudo, quando receber o seu pagamento mensal. Não deixe para aplicar o que sobrar, ou seja, depois que pagar todas as outras despesas.
As chances de que gastos de última hora aconteça são grandes e não se pode esquecer da importância que tem a construção do seu patrimônio acima de tudo.
É uma forma de diminuir os riscos de uma quebra na disciplina e consistência do investidor.
6. Acompanhe e faça a manutenção
Provavelmente você pensou que após fazer os investimentos você poderia parar e que seria o último passo importante deste guia, mas, estou aqui pra te dizer que não acabou ainda.
O mercado financeiro é uma caixinha de surpresas e assim como a vida, pode ser imprevisível em suas mudanças. Por isso é importante que você acompanhe a trajetória da sua tão bem planejada carteira de ativos.
A partir do acompanhamento você pode ter insights de alguns ajustes que achar necessários, fazer a compra de novos ativos ou até mesmo vendendo os ativos que não se encaixam mais nos seu plano de investimento e objetivos, fique atento.
Isso não significa que você deve estar todos os dias alterando a carteira, fazendo mudanças dia após o outro. É importante lembrar da visão a longo prazo. Você pode agendar os acompanhamentos e mudanças para que eles sejam feitos de forma trimestral ou semestral. Isso vai depender de que tipo de ativos você escolheu para montá-la.
A palavra-chave aqui é o planejamento, ter uma data marcada para acompanhar a performance da sua carteira é aumentar o controle que você tem sobre ela e aumentar também as suas chances de atingir os objetivos que você criou lá nos primeiros passos deste guia.
7. Aproveite todo o processo
E por último, mas não menos importante.
Eu gostaria de ressaltar a importância de aproveitar cada etapa do processo, entender como tudo funciona de forma profunda e se questionar sobre o que não entende sempre que possível.
O ato de agir neste mercado traz vários ensinamentos primordiais que nenhum curso caro que você encontrar com um especialista vai te ensinar. São coisas que vão servir de base para o seu eu investidor, e que você muito provavelmente vai aplicar a maioria das coisas que aprender em ativos e mercados mais avançados e variados.
Se tornar um bom investidor requer paciência e consistência e por isso faça de todo o processo um hábito para que você possa se acostumar com ele e quando perceber vai estar fazendo tudo de forma automática.
Aprenda não só no momento de resgate dos rendimentos, mas principalmente nas perdas, tenha em mente que todo o processo de investir tem as suas características em comum e que dessa forma você pode replicá-las para ter bons rendimentos de forma consistente.
FAQ – Perguntas mais comuns sobre COMO COMEÇAR A INVESTIR
Como ganhar dinheiro com investimentos?
Os investimentos são uma linda arte que é baseada em juros compostos, os grandes investidores sempre dizem que os juros compostos podem ser um inimigo aniquilador ou um grande aliado e você decide o que ele será para você. Em geral, é assim que se ganha dinheiro com investimentos, você coloca seu dinheiro em um ativo e ele te paga uma porcentagem equivalente ao valor em relação ao tempo em que esteve investido aquele dinheiro. Para ganhar mais dinheiro além dos juros, é preciso investir em ativos que adicionam um elemento a mais nesta equação: os riscos. Ativos como as ações da bolsa tem maior risco de cair e fazer com que o seu investimento seja perdido já que elas são influenciadas por uma dezena de fatores. Claro, as coisas podem também ser totalmente ao contrário e elas podem valorizar em um valor inimaginável e quadruplicar o seu capital inicial. É preciso preparação e confiança para entender em quais cestas você colocará os seus ovos de ouro. A dica é nunca colocar todos em uma cesta só.
Como começar a investir em criptomoedas?
As criptomoedas ainda são um grande tabu para a maioria dos investidores no mercado, mas não se pode negar todo o poder que estes ativos alcançaram. Para investir nestas moedas é preciso sangue frio e acreditar na iniciativa descentralizada por trás delas. Em termos práticos basta apenas avaliar e escolher uma corretora cripto que faça operações com estas criptomoedas e se cadastrar nela. A partir daí você poderá operar no mercado cripto que já conta com várias moedas bem populares e consolidadas como por exemplo: BITCOIN ETHEREUM LITECOIN RIPPLE
Qual o valor mínimo para começar a investir em ações?
Existe um grande engano por parte da grande maioria das pessoas de que para investir em ações é preciso ter um bom valor de investimento, mas está totalmente errado. A bolsa de valores é muito mais acessível do que pensamos, existem ações em que você pode comprar cotas de menos de R$4. Outras ações você pode comprar uma pode R$15. Literalmente com o dinheiro do seu lanchinho da tarde na lanchonete da esquina, pode ser usado para começar a comprar ações na bolsa e o melhor é que a internet deixa mais acessível ainda já que você pode fazer isso do seu celular.
Quais os melhores livros para aprender a investir?
De acordo com os melhores investidores profissionais, estes são os melhores livros sobre investimento para entender tudo o que você precisa para investir como um profissional: Pai Rico, Pai Pobre – Robert Kiyosaki O homem mais rico da Babilônia – George S. Clason Os segredos da mente milionária – T. Harv Eker O investidor inteligente – Benjamin Graham Como enriquecer na Bolsa de com Warren Buffett – Mary Buffett e David Clark
Como investir com pouco dinheiro?
Como um investidor iniciante com pouco dinheiro, a melhor opção para começar são os ativos de renda fixa. Estes são exemplos de bons ativos de renda fixa com valor baixo de investimento: Tesouro Direto – R$23 um título CDB – R$50 um contrato LCI e LCA – R$30
Concluindo
Depois de todo o conteúdo que consumimos, acredito que você, assim como eu, está muito mais bem preparado para encarar o mercado financeiro de frente.
Seguindo todas as dicas e o passo a passo que vimos aqui tenho certeza que você terá bons resultados com seus investimentos.
Aqui no blog temos também vários outros artigos em que dissertamos sobre os mais variados temas do mercado financeiro, fique à vontade para aprender.
Espero ter ajudado!